terça-feira, outubro 31, 2006

bordo por amor

agora, e após alguns pedidos, envio t-shirts bordadas à cobrança :-)

quinta-feira, outubro 05, 2006



Guy Le Querrec, 1974, Agência Magnum (Paris)– fototeca internacional

quarta-feira, outubro 04, 2006

ter medo...


1975, arquivo do Diário de Notícias

Ontem, por acaso, enquanto fazia o meu habitual zaping televisivo, parei num programa novo do canal 1 em que Maria Filomena Mónica, a convidada desta semana, expunha a sua visão de Portugal e dos portugueses. Dizia ela que os portugueses têm muito medo de se expor e que muitos amigos a tinham criticado pela forma como se expôs na sua biografia recente. Tudo o que ela disse, cada palavra, cada expressão, não podia ter vindo em melhor altura. Penso em tudo o que disse e é inevitável comparar com a minha actual condição. Nós portugueses temos medo de tudo, dizia ela, temos medo porque temos pouco e a qualquer altura tememos ainda ficar pior. Agora estou prestes a tomar nas minhas mãos o meu destino e tenho medo. Mas recuso-me a ter perante isto uma atitude minoritária. Recuso o pessimismo. Sempre fui optimista. Mas o medo está cá, nas decisões que vou ter que tomar, porque, apesar de tudo, também recuso a inércia e sempre tive vontade de fazer muitas coisas. Também dizia ela que aquilo que é dado facilmente é retirado, não há como lutar, ganhar músculos por aquilo que se quer. Sabendo sempre ganhar (e ficar muito feliz quando isso acontece), mas também sabendo perder (e quando isto acontece tenta-se perceber o que correu mal enquanto nos preparamos para o próximo campeonato). Não ter medo é arriscar, mesmo que possa correr mal... se isso acontecer, paciência!

Nunca tive medo, porém, de com este blog ser acusada de psicopata ou extravagante. Já sabia que muito provavelmente isso ia acontecer. Hoje não nos podemos dar ao luxo de sermos diferentes, somos todos treinados (quer pelo grupo de amigos, quer pela educação e pelo estado) a "integrar-nos" e esta integração tem custos. Acredito na diferença como resistência para nos tornar mais fortes. Ser resistente é não ter medo de enfrentar os medos. Mas eu tenho...

No ínicio de cada ano lectivo andava sempre entusiasmada, tinha sempre imensos projectos, quase todos ficavam pelo caminho, é certo, mas tinha sempre uma grande excitação e muitas expectativas. Este ano é diferente... É estranho não sentir isso. Tenho que ir embora, ainda não sei muito bem para onde (ou melhor, ainda não me convenci bem que vou ter que voltar para onde não quero ir) e tudo fiz para tentar adiar...
Talvez esteja a exagerar, é que sou sempre exagerada (todos me dizem!), ou melhor, tenho tendência para acrescentar algumas coisas... não é por mal, a sério. É só uma tentativa para tornar as coisas (a vida) menos monótonas.